28/09/09 - 6o. dia - Salvador

Como no camping tem um morador dentista, acertei com ele uma visita ao seu consultório. Ele disse que o tratamento é demorado e que eu, tendo cuidado para não quebrá-lo, posso chegar na minha cidade.
Após a consulta fui conhecer o centro histórico da cidade. Na ida passei por um bairro de nome Pituba que achei muito bonito e moderno. Estacionei a "celestina" e fui passear nos três shopings um emendado no outro.
Às vezes fico preocupado com a minha falta de sensibilidade histórica. Achei os prédios espelhados do Bairro Pituba mais atraentes que o Pelourinho. Em pituba tudo é limpinho, os vendedores ficam dentro das lojas e, as pessoas são mais bonitas.
Já o Pelourinho é cheio de casas velhas, vendedores ostensivos, calor e muito morro e um povo mal arrumado.
Na porta dos restaurantes os garçons ou "bainas" quase te arrastam para dentro das suas biroscas. Após uma íngreme descida, a recompensa vem com a subida pelo elevador Lacerda a um preço de R$ 0,05.
As igrejas, ao contrário, me fascinam. Não porque sou religioso, mas justamente por não sê-lo. Vejo aquela riqueza e penso que ela foi paga por pessoas que tratavam os escravos como animais. Beleza que apreciada, faz esquecer que a igreja pactuou com a escravidão e até encobriu assassinatos de doadores poderosos.
Não estou culpando o catolicismo por ter vendido o Céu, pois hoje, muitas igrejas estão vendendo a felicidade aqui na terra mesmo, tipo: "doe seu carro para a igreja que jesus lhe dará em dobro".